As artes como instrumentos de comunicação, interpretação e intervenção no mundo
A música, a pintura, a escultura, a dança, o desenho, a literatura são algumas das maneiras pelas quais as crianças comunicam o que pensam, o que sentem e o que compreendem do mundo. Por serem interesses constituintes da infância, essas e outras manifestações artísticas são potentes aliadas no desenvolvimento e no processo de aprendizagem. O trabalho com as artes tem a função de estimular, despertar a curiosidade e levar à busca de respostas. Ele favorece o surgimento de novos conceitos, oferecendo visões poéticas e não conformistas, além de interpretações não convencionais da realidade.
Conforme Vecchi (2017*): “Não queremos colocá-los [os jovens e as crianças] em uma posição culturalmente marginal em relação a eventos artísticos complexos, que emergem de culturas sofisticadas, de contextos distantes. É importante não absorver apenas a parte formal das obras de arte, mas trabalhar com ideias e concentrar nossa atenção nos conceitos que geraram a obra de arte.”
*VECCHI, Vea. Arte e Criatividade em Reggio Emilia. São Paulo: Phorte, 2017
A atelierista - profissional da sensibilização e da criticidade
O papel do atelierista na escola da infância tem como argumentos a sensibilização, a desautomatização, o despertar da criatividade. Para isso, esse profissional, íntimo das manifestações artísticas, seus conceitos e suas técnicas, articula o trabalho de pesquisa e investigação com as linguagens das artes, com o intuito de desenvolver o senso estético, a consciência crítica, a capacidade de percepção, reflexão e imaginação. Os trabalhos são feitos em pequenos grupos, ao longo da rotina, e o exercício da escuta ativa se faz presente a todo momento, enriquecendo os projetos do grupo, conectando as aprendizagens e as áreas do conhecimento em trabalhos que evidenciam as aprendizagens de maneira sensível e sensibilizadora.